quarta-feira, 3 de junho de 2009

Maisa chorando no Sílvio Santos: exploração infantil?

Todo mundo, ou pelo menos grande parte dos brasileiros viram a menina Maisa chorando no programa "Pergunte pra Maisa", exibido aos domingos pelo SBT. Uma vez ela chorou porque se assustou de um menino mascarado (clique aqui para ver o vídeo no Youtube), e no programa seguinte chorou porque o Silvio Santos comentou o fato. Para piorar a situação Maisa ainda bateu a cabeça numa câmera, quando saía do palco (clique aqui para ver no Youtube).

O Ministério Público do Trabalho entrou na justiça contra o SBT e pede indenização de R$ 1 milhão, valor que seria revertido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).



A pergunta que fica, é se Silvio Santos teria provocado Maisa propositalmente ou ele não tinha intenção de fazê-la chorar? Quero acreditar que não. Pelo que se sabe do apresentador Silvio Santos, ele sempre agiu com muito profissionalismo. No entanto, uma criança exposta dessa forma na televisão é no mínimo lamentável.

Outra dúvida é se isso poderia trazer consequências mais sérias para a criança. Há quem diga que não, mas de acordo com os psicólogos que acompanham a menina, isso pode sim afetar seu desenvolvimento.

Os pais da menina Maisa, e a justiça brasileira, devem se preocupar e proibir a exposição dessa criança de forma degradante, mas aí temos que lembrar que no Brasil há muitas crianças em situação de risco, expostas a todo tipo de violência sem que as autoridades tomem uma iniciativa para preservar a integridade dessas crianças.

O que a justiça brasileira não deve fazer é usar o caso de Maisa para uma punição "exemplar", enquanto fecha os olhos para as crianças que estão sendo vítimas de abusos sexuais, prostituição, exploração de trabalho infantil ou são induzidas a usar drogas. Esses casos acontecem todos os dias no país inteiro e, sobretudo na periferia das grandes cidades, onde miséria e pobreza coexistem com o crime.

Mais uma vez fica a nossa indignação e aquela sensação de que o Brasil não é um país sério, mas um fantoche, manipulado por interesses particulares daqueles que detêm o poder.

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