Gostaria que cada eleitor brasileiro, refletisse um pouco sobre a sua realidade e a realidade da política brasileira, antes de decidir o seu voto. em 2010, não votando por impulso, porque ganhou algo em troca, ou a promessa de ganhar no futuro.
Se você é um eleitor que vota em qualquer um porque são todos iguais, ou vota naquele que te dá alguma coisa, reflita um pouco sobre as questões abaixo:
Por que é tão difícil conquistar a casa própria? No Brasil temos milhões de pessoas que moram em residências alugadas, pagando valores altos que comprometem a economia familiar, obrigando muitas vezes a passar fome para não ser despejado, enquanto que outros milhões não têm condições para pagar um aluguel e vão morar em favelas, em áreas de invasão sem qualquer infraestrutura, vivendo rodeado de esgoto a céu aberto, lixo, tráfico de drogas e morte por todos os lados. Alguns felizardos conseguem conquistar a casa própria, mas para isso dão o seu sangue, fazem hora extra e se privam de todas as regalias para poder arcar com o custo da construção ou de um financiamento que pode durar até 30 anos.
Políticos não têm esse problema. Eles têm mansões construídas com dinheiro desviado de obras públicas, casa de férias e ainda recebem auxílio-moradia para pagar aluguel de apartamentos luxuosos em Brasília, onde eles dormem uma ou duas vezes por semana, ou emprestam para os amigos.
Quais as dificuldades de um trabalhador com o transporte? O trabalhador tem que acordar muito cedo para pegar ônibus lotado e aguentar uma, duas ou até três horas para chegar ao trabalho, muita vezes molhado porque toma chuva no trajeto de casa até o ponto de ônibus. Ao final da tarde, cansado e faminto por um longo dia de trabalho, tem que repetir todo o percurso para voltar para casa. Quando chega já é muito tarde e só há tempo de tomar um banho, comer alguma coisa e ir para a cama porque dia seguinte tem que fazer tudo de novo.
E como é o dia de "trabalho" de um político? Para começar ele não precisa acordar muito cedo porque seu "dia" só começa lá pelas nove ou dez horas da manhã. Depois de um café calmo e tranquilo entra em seu carro de luxo, cheirando a novo, o ar condicionado na temperatura adequada, nem vê o veículo deslizar pela cidade, porque quem se preocupa com o trânsito é o motorista ele pode ler o seu jornal calmamente até chegar ao gabinete.
O almoço geralmente é no melhor restaurante da cidade, sem qualquer preocupação com as despesas porque serão pagas com o dinheiro público. Leva duas ou três horas, o tempo necessário para colocar as fofocas em dia. Quatro ou cinco horas da tarde já é hora de ir para o happy hour com amigos e pessoas importantes para a próxima eleição. Sua noite inclui um jantar magnífico, vez ou outra um show ou um teatro para se encontrar com gente importante. O dia termina com uma banheira de hidromassagem em companhia da mulher ou da amante.
Mas isso tudo só acontece duas ou três vezes por semana, porque os outros dias ele está viajando num jatinho fretado e pago com a verba do gabinete, que também cobre as despesas do hotel e eventuais jantares com seus semelhantes.
O que acontece quando o trabalhador fica doente? Geralmente trabalha doente mesmo para não perder o emprego, se isso não for possível tem que sair de casa as quatro da manhã para ir ao posto de saúde, onde espera do lado de fora, muitas vezes no frio e com chuva, até que lá pelo meio dia seja atendido pelo SUS. A consulta é mera formalidade para conseguir o atestado médico e evitar maiores problemas no trabalho, já que os remédios receitados dificilmente estão disponíveis pelo SUS e se ele quiser comprá-los não poderá pagar o aluguel e corre o risco de ser despejado. Se tiver uma doença mais séria que exija cirurgia, tem que entrar na lista de espera por vários meses até anos, correndo o risco de morrer antes que esse dia chegue.
E o político quando fica doente? Se for apenas uma dorzinha de cabeça ou uma tosse ele aciona o plano de saúde vitalício, pago pelo governo. Se ele desejar pode ser atendido em casa por uma junta médica que chega em sua residência de helicóptero para que o trânsito na atrase o atendimento. Se for alguma coisa mais séria, como uma unha arrancada ou um dedo quebrado ele pode ser transferido de jatinho para o melhor hospital do país ou até mesmo do exterior se for necessário esconder seu sofrimento da imprensa e do público eleitor.